“O Estrela surgiu como uma incontinência de pensamentos que precisava de exteriorizar.” - Maria Seixas Correia apresenta o seu primeiro livro

Editado pela Epopeia Books™, “Estrela” marca a estreia de Maria Seixas Correia na literatura. A apresentação está agendada para quinta-feira, dia 05 de dezembro, pelas 18h no 8 Marvila

Maria Seixas Correia, é já um dos nomes inconfundíveis da comunicação audiovisual em Portugal. Com uma carreira sólida de mais de 10 anos na rádio e televisão, apresenta-nos agora o seu primeiro livro “Estrela”.

Num ritmo alucinante de pensamentos, conhecemos cinco personagens e uma morte. Ana, Débora, Estela, Olga e Bia, são as protagonistas que nos enlaces e desenlaces da vida se cruzam, fundem e separam. “Conhecer os pensamentos de alguém é mais do que estar ligado a essa pessoa, é sermos uma só, é não estarmos sós.” reflete Mafalda Castro, a quem coube o prefácio.

“A velocidade a que Maria pensa, aliada à forma divertida como escreve, eleva “Estrela” a um patamar que nos enche de vontade de continuar a ler.” vinca Joana Bernardo, autora da nota introdutória.

O livro conta ainda com a ilustração da artista, tatuadora e designer Elisa Rezende. “Ter a honra de ilustrá-lo é aceitar o convite da própria vida: É brincar com as cores, imaginar os cenários, fantasiar os pensamentos, criar a partir da palavra.”

Estivemos à conversa com a autora que nos contou um bocadinho sobre o seu “Estrela”.

Foste radialista na Mega Hits durante quase 10 anos, és criadora de conteúdos, apresentadora do Curto Circuito, repórter em eventos e autora do podcast “Enquanto não tenho 1 Podcast”. Agora revelaste-te na escrita. Como foi passar das palavras ditas às escritas?

Foi um processo muito natural. Sempre gostei de escrever. Desde muito cedo que escrevo diários e pensamentos. No meu trabalho como criativa também tenho gosto por criar guiões e mesmo nas redes sociais sempre valorizei a palavra escrita. Materializar para um livro é algo que sempre imaginei.

Como surgiu o manuscrito “Estrela”?

Surgiu como uma espécie de "incontinência" de pensamentos que estavam na minha cabeça e precisava de exteriorizar. Aproveitei o embalo para criar esta história e, apesar de serem ideias e pensamentos meus, atribuí-la a várias pessoas, conversas e momentos que passaram na minha vida. Comecei a escrever quando acabei a minha licença de maternidade porque senti esse impulso.

Quais são as tuas referências literárias?

A nível de escrita não sei dizer. Provavelmente inspirei-me em vários autores que fui lendo mas não tenho uma resposta consciente. O "Milk and Honey" da Rupi Kaur deu-me coragem para pensar que um livro pode ser várias coisas. Jon Fosse com "Uma Brancura Luminosa" e "O Crime de Lord Arthur Savile e Outros Contos" de Oscar Wilde fizeram-me acreditar que o número de páginas de um livro não definem a sua qualidade. Não me querendo comparar a eles, obviamente! Acho que apenas me ajudaram a dar este salto de coragem de não fazer um livro de centenas de páginas mesmo quando já não tinha mais nada para dizer.

Existe alguma personagem com quem te identificas particularmente? 

Identifico-me com características de todas as personagens. E acho que grande parte dos leitores também se vão identificar.

Sem revelar a história, na sinopse, falas sobre os transtornos mentais que assolam as personagens. Era para ti importante escrever sobre este tema?

Sim. Falamos cada vez mais de saúde mental e ainda bem. No entanto, parece-me que já aceitámos que as perturbações mentais existem no abstrato sem aceitar na prática. Podemos saber que alguém tem depressão mas se convivermos com alguém com depressão vamos ter dificuldade em entender e em não julgar. Bem como as outras perturbações mentais que estão presentes no livro. O estigma ainda existe, a vergonha de revelar o diagnóstico no local de trabalho, e noutros circuitos, também porque, entre outras coisas, as pessoas que têm essa informação vão atribuir todas as acções da pessoa com a perturbação à doença. Se eu disser no trabalho que tenho ansiedade, talvez num momento em que revelo algum desagrado, a chefia pode criar uma narrativa de atribuição da minha insatisfação à ansiedade... Poderia dar milhares de exemplos. No fundo quis ser mais uma pessoa a falar sobre o tema rumo a normalizá-lo.

Estamos em vésperas de apresentares o “Estrela” ao público. Qual é que achas que será a reação dos leitores ao lê-lo?

Não tenho qualquer expectativa e isso é assustador. Acho que algumas pessoas vão perceber e outras não. O que me tranquiliza é pensar que, não sendo uma narrativa linear, está sujeita a várias interpretações. Mas espero que a reação seja boa.

Há em ti o desejo de partir para uma nova incursão na escrita?

Sim! Eu adoro ler e gostava de escrever uma narrativa mais convencional. Também adorava escrever uma biografia de alguém que admiro. O processo fascina-me.


A apresentação do livro está marcada para o próximo dia 05 de dezembro, pelas 18h, no 8 Marvila em Lisboa. A sessão contará com a presença de Maria Seixas Correia, autora do livro; Elisa Rezende, a ilustradora; Mafalda Castro, apresentadora e amiga e Luís Caracinha, o editor.

“Estrela” está disponível para pré-reserva em epopeia.eu/store, até dia 04 de dezembro. As entregas serão efetuadas a partir do dia 05 de dezembro com a possibilidade de receber na apresentação pública.

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