riding a meteor

uma explosão de som que oscila entre o clássico e o rock psicadélico.

"Eu nunca fui do prog-rock". É assim que Samuel Úria se define na sua canção "Teimoso". E, na realidade, nem Úria nem outros 99 vírgula qualquer coisa por cento de músicos portugueses - desde os anos 60 até à actualidade - alguma vez foi ou é do prog-rock, género que por cá sempre foi praticado por uma curta franja de artistas e bandas. Sim, houve José Cid - que ainda continua a apresentar em palco os seus discos lendários "10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte" e alguns temas do Quarteto 1111 com o mesmo espírito -, os Tantra, Filarmónica Fraude, Banda do Casaco, Perspectiva, Objectivo, Ananga-Ranga, Arte e Ofício, Xarhanga, Arte & Ofício, Saga, Beatnicks e alguns mais nos anos 70 e inícios de 80. Mas, depois disso, com todas as revoluções que entretanto aconteceram - o punk, o metal, o hip-hop, as novas correntes electrónicas - o prog e os seus derivados quase desapareceram por completo do panorama nacional. Mas, mesmo assim, ainda vão aparecendo por cá algumas bandas que o visitam. Capitão Fausto, Madrepaz, Beduínos a Gasóleo, Black Bombaim, Factory of Dreams, A Presença das Formigas, Conjunto!Evite ou Saturnia são alguns dos (pouquíssimos) nomes que mantêm viva essa memória na música portuguesa.

E, claro, os Riding a Meteor, banda de Faro que começou a dar concertos em setembro de 2017 e que em 2018 gravou o seu primeiro trabalho ao vivo, "Dissolve or Collide", no Teatro das Figuras através da editora Epopeia Records.

As influências, essas passam pelo rock progressivo e por vários dos seus sub-territórios - kraut, space-rock, sinfónico - e com algo de psicadelismo e de pós-rock à mistura. E, com um bocadinho de imaginação, podemos neles ouvir ecos que vão dos Yes aos Air, dos King Crimson aos Flaming Lips, dos Pink Floyd aos Porcupine Tree, dos Genesis a The Mars Volta, dos Tangerine Dream aos Radiohead de "OK Computer" e seguintes, de Mike Oldfield aos Sigur Rós, dos Faust aos Mogwai... Como apresentação do projecto, os Riding a Meteor dizem contar a história musical e visual (via imagens projectadas) de um meteorito perdido desde há milhões de anos no vácuo galáctico. E quando uma força gravitacional altera a sua rota é necessário tomar uma decisão: dissolver ou colidir?

Reunindo na sua formação músicos que passaram por bandas como os Mopho, Correia, The Miranda's e Esfinge os Riding a Meteor apresentam-se em palco com António Barradinhas (voz), Luís Caracinha (guitarra e sintetizadores), Ivo Ferreira (guitarra), Gabriel Costa (baixo), Ruben Azevedo (bateria), Davis Sousa (sintetizadores) e Bárbara Santos (violoncelo).

A viagem que apresentam ao longo do seu espetáculo multidisciplinar, apela aos diversos estados emocionais que podemos encontrar ao longo da vida, deixando-nos muitas vezes entre o paraíso e o precipício.

Em 3 anos de vida e sem nenhum álbum de estúdio, Riding a Meteor conseguiram fintar o caminho tendencioso das redes sociais e das plataformas de streaming levando a mensagem de que a sua música acontece, em palco.

Talvez por isso, apenas a pandemia tenha parada o ritmo de concertos que apresentaram entre 2018 e o início de 2020, marcando presença em salas de concerto formais e informais, festivais (de onde se destacam o Festival F, Festival MED, Boom Festival e Festival Edita (ES)), actuações em 3 países (Portugal, Espanha e Inglaterra) e com distinções com a seleção final de vários concursos de onde se destaca o Prémio Jovens Criadores 2019 na área da música

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  • "Decían que su música estaba entre Pink Floyd y Porcupine Tree o entre Genesis y The Mars Volta y aciertan."

    in Mondosonoro por Miguel Amorós

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