Houve "Emoções Bárbaras" a encher o Gimnásio Clube de Faro

No passado sábado, o Ginásio Clube de Faro foi o palco de uma sessão intimista que ligou a capital Algarvia a Macau. Como mote "Emoções Bárbaras", o livro que reúne o trabalho poético de Cláudia Tomé Silva, escritora Farense, que nesse dia se abriu aos presentes num equilíbrio difícil de controlar entre intensidade do conteúdo e a descontração do momento.

A sessão promovida pela Epopeia Books™ e produzida em parceria com o Gimnásio Clube de Faro, teve início pouco depois das 15h30. Luís Caracinha, em representação da editora, abriu a sessão e introduziu o painel composto por Armando Correia, Raquel Pontes, Nuno Gomes e a própria Cláudia Tomé Silva.

Martim Santos, autor e performer, participa na sessão por vídeo e coloca a poesia da Cláudia no centro da sala ao declamar o poema "Bomba ou Caixão" que não deixou dúvidas quanto à habilidade da autora de nos levar do Horror ao Belo numa montanha russa constante.

É desse estado etéreo que "Emoções Bárbaras" vive. Um livro que se desdobra tanto em tempo como em espaço metafísico como uma moeda que roda em camera lenta deixando-nos sempre claro de que tem duas faces. Duas faces e um perfil que se esconde nas entrelinhas onde a autora mostra os principais desafios aos leitores.

Voltando ao programa, Luís Caracinha falou sobre a forma como a autora e a editora se cruzaram. 2020, ano marcado pela pandemia, trouxe ao palco digital a iniciativa "O Eco dos Pássaros" que juntou poetas de todo o país a criar e partilhar poesia que gerou 6 zines digitais. Cláudia Tomé Silva era uma das participantes que se envolveu desde o primeiro minuto não falhando uma edição e marcando presença nas sessões ao vivo nas redes sociais "O Eco dos Pássaros fora da Gaiola". Tiago Marcos, curador da iniciativa e da própria editora, foi o primeiro a dar aval à edição do conteúdo de "Emoções Bárbaras" que, para além dos poemas que a autora foi criando ao longo da vida, contou com a anexação de notas biográficas que criam um enquadramento bastante singular para a obra.

Armando Correia, começou por dissecar este livro reforçando a ideia de "supetão", palavra que segundo este define em plenitude o que a escrita da autora representa para ele. O autor e intérprete falou-nos da sua relação poética com a autora e declamou alguns dos textos que reforçam o carácter ora cruel ora meigo dos poemas que podem encontrar neste livro.

Por sua vez, Raquel Ponte, falou-nos da forma como a poesia da Cláudia sempre andou próxima e misturada com a sua amizade e como se tornou uma ferramenta de superação. Num discurso mais próximo e íntimo, retratou a jornada de uma mulher que nunca colocou a criação de lado.

Por estes momentos, Nuno Gomes, prefaciador do livro, já havia jantado do outro lado do planeta e, desde Macau, com um espírito bastante próprio da sua pessoa, percorreu a sua checklist não deixando de celebrar este passo de afirmação na jornada criativa da Cláudia.

No final, a autora reforçou a importância da escrita na definição da sua personalidade e acima de tudo na sua forma de estar com os amigos, com a família e com a vida.

Anterior
Anterior

Está a chegar "The Voyage", álbum de Theodore

Próximo
Próximo

EDITA Punta Umbría 2021 reúne autores algarvios no 43º Encontro Internacional de Escritores Independentes